domingo, 9 de setembro de 2012

Pedras no caminho...


«Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?·
Guardo todas, um dia vão construir um castelo... »

(Fernando Pessoa)

Se tenho algum lema de vida! Nahh, nem ídolos para além das pessoas que realmente Amo e que fazem parte da minha vida. Pessoas do mundo e que deram tanto ao meu mundo... Mas há algumas premissas que tento ter presentes no dia a dia para que o mundo não me engula. Este poema do Fernando Pessoa diz-me bastante... São várias as vezes em que as conversas com o meu marido ou com uma ou outra amiga mais próxima convergem para temas sobre como estar bem, como gerir a quase depressão em que este ambiente de crise que se instalou em Portugal nos obriga a viver, como encontrar aquela coisa que nos prometeram desde crianças nas histórias infantis: felicidade!

Recordo-me muitas vezes das conversas em adolescente com o meu pai, em que caminhávamos durante imenso tempo e falávamos de tudo (que saudades deste tempo, que saudades deste meu pai, que sentia só meu), em que ele me ensinava a visualizar o "filme" da minha vida, a fazer escolhas sensatas para que o fim do filme fosse "feliz"... e lembro-me de ele me dizer várias vezes que não procurasse sentir uma imensa felicidade em todos os momentos do dia, que ser feliz não era uma condição constante mas uma soma de vários bons momentos, um equilíbrio entre o que a vida nos dá de bom e de mau. Lembro-me de o meu pai me dizer para não gastar o meu tempo e pôr todas as minhas moedas na busca de algo demasiado utópico, para não depositar em alguém ou num objectivo muito fervoroso a responsabilidade da minha felicidade.
Só agora passado tantos anos e depois de ir percebendo esta constante renegociação com as minhas expectativas é que entendo bem o sentido daquelas palavras...
E talvez seja esta a lógica para se estar feliz!!

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